
Por 6 votos contrários a 3 favoráveis, a Câmara Municipal de Jales rejeitou o Requerimento nº 182/2025, da Vereadora Franciele Cristina Villa Matos (PL), por meio do qual solicitava ao Prefeito de Vitória Brasil e Presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região de Jales – Consirj, Paulo Henrique Miotto, informações envolvendo serviços atualmente prestados pelo Consórcio aos munícipes. A propositura foi deliberada nesta segunda-feira, dia 6 de outubro, na 1835ª Sessão Ordinária.
Votaram contrários à proposta os Vereadores Andrea Cristina Moreto Gonçalves (PODE), Elder Garcia Mansueli (PODE), Eliane Miranda Matsukawa (REPUBLICAN), Fábio Kazuto Matsumura (PRD), Rivelino Rodrigues (PP) e Vanderley Vieira dos Santos (REPUBLICAN). Os votos a favor foram de Villa, Leandro Antonio Bigotto (PL) e Luís Especiato (PT). Como o quórum para aprovação era o de maioria simples, o Presidente da Câmara, Vereador Bruno Henrique de Paula (PL), não participou da votação.
Em sua fala, a autora do Requerimento mencionou que são 160 funcionários concursados que atuam no Consirj, “fora os contratados e terceirizados”. “Temos que nos preocupar com eles. Em entrevista, Paulo Miotto disse que, Jales saindo do Consirj, o Consórcio não se mantém. Tem 160 funcionários desesperados, sem saber o que será deles. E se sairmos do Consórcio e tivermos um pronto-socorro, vai voltar a ser como antigamente, quando os municípios vinham, usavam e não pagavam nada. É o que pode acontecer e nisso, começa uma bola de neve sem fim”, alertou Villa.
Na opinião de Rodrigues, contrário ao Requerimento, os servidores do Consirj “tinham que ir até a Prefeitura Municipal de Vitória Brasil e a Prefeitura Municipal de Santana da Ponte Pensa cobrarem, do Presidente e do Vice-Presidente [do Consórcio], as atitudes de desmando deles”. “Se o Consórcio deixar de existir e Jales tiver um pronto-socorro, pode ser que aconteça igual ao que aconteceu no final dos anos noventa, podemos fazer um convênio para atender os municípios. Agora, a saúde do cidadão é responsabilidade de cada município. Que os servidores do Consirj se dirijam até o município de Vitória Brasil e de Santana da Ponte Pensa e reclamem desse Presidente e Vice-Presidente”, reforçou.
Especiato comentou que ouviu tanto o lado de Miotto quanto o de Rodrigues. “Um fato é verídico: o município de Jales deixou de repassar mais de R$ 2 milhões [ao Consirj]. Se nós estamos tendo atendimento de 70% a 80%, precisaríamos pagar. Acho que o que precisa é que os Prefeitos e as lideranças se sentem e busquem uma solução”, declarou.
Por sua vez, de Paula contou que conversou com o Prefeito de Jales, Luis Henrique dos Santos Moreira. “Ele garantiu que Jales não sai do Consórcio. Essas pessoas [referindo-se aos servidores que atuam no Consirj] podem ficar tranquilas. Jales não saiu do Consórcio, saiu de alguns serviços. Então, que esses servidores fiquem tranquilos e trabalhem em paz”, disse.
Vieira endossou as palavras de Especiato. “Acho que deveriam parar com essa guerra. Tem gente espalhando mentiras, colocando na cabeça dos funcionários da UPA [que é administrada pelo Consirj] que Jales vai sair do serviço de urgência e emergência. Isso é mentira. Agora, quero dizer aqui: emendas federais, a UPA recebe. Onde tem dinheiro federal, não importa se a população é do Mato Grosso, de Rondônia, do Sul. Chegou aqui e precisou de atendimento de saúde, é obrigatório. Então quero deixar essa mensagem a todos os funcionários da UPA, de que estão faltando com a verdade com vocês. Não tem como Jales se desligar da UPA”, afirmou.
Já Moreto disse que “nós, Vereadores, buscamos emendas, sejam elas estaduais, federais”. “Destinamos nossas emendas impositivas – acredito que a maioria de nós, este ano – para a Secretaria de Saúde, que vai comandar essa nova reforma da saúde no município. Como disseram os Vereadores Bruno e Riva – e o Especiato concordou: a cidade tem que caminhar. Precisamos apoiar um governo que apoia o morador, principalmente quando se fala em saúde”, salientou.
Último a se pronunciar antes da votação, Bigotto também concordou com Especiato e propôs o diálogo entre todas as partes envolvidas. “Estamos aqui para defender a nossa saúde. Acho que todos aqui estão no mesmo barco, que é para termos uma saúde melhor para nossa cidade. É um Consórcio, e se é um Consórcio, precisa haver conversa, discutir o que está acontecendo e resolver”, ressaltou.
Detalhes sobre o Requerimento rejeitado estão disponíveis no link https://jales.siscam.com.br/Documentos/Documento/53019.